Falta de profissionais qualificados afeta 44% dos salões do país, aponta pesquisa


Levantamento de associação do setor, em parceria com o Sebrae, mostra que estabelecimentos ainda sentem impactos econômicos da pandemia da Covid-19.

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Salões de Beleza (ABSB) em parceria com o Sebrae, e fornecida com exclusividade à CNN, mostra que 44% dos estabelecimentos do setor ainda não conseguiram repor a equipe aos padrões do período pré-pandemia.

A principal razão, segundo o levantamento, é a falta de profissionais capacitados no setor. A pesquisa foi feita entre 3/5 e 10/5, e ouviu mais de 60 estabelecimentos em todos os estados brasileiros.

Segundo o presidente da ABSB, José Augusto Nascimento, a entidade tem buscado parcerias para auxiliar o setor na formação de novos profissionais.

“Somos o terceiro maior mercado consumidor de produtos para os cabelos, o que requer uma procura grande. Precisamos formar mão de obra que seja bem remunerada, mas temos uma carência grande de qualificação”, afirma.

O presidente destaca ainda que o incentivo à qualificação para a área está sendo realizado junto às escolas e cursos profissionalizantes, “para que haja uma maior valorização da profissão, além de melhor capacitação dos profissionais da beleza”, completa.

Apesar das dificuldades observadas no levantamento, a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta terça-feira (31) pelo IBGE, mostra que o grupo de “outros serviços”, teve alta de 4,8% neste trimestre que encerrou em abril, na comparação com trimestre movem finalizado em março.

Segundo o Instituto, o crescimento foi puxado pelo aumento nos serviços de embelezamento, como manicure, cabelereiros e esteticista.

Para o presidente da ABSB, os dados refletem uma maior participação dos profissionais autônomos do setor, e não nos estabelecimentos físicos.

“Por conta do fechamento dos salões durante a pandemia, os profissionais começaram a atender em domicílio, para gerar uma fonte de renda. O problema é que agora os salões estão com dificuldade de reposição desses funcionários”, afirma.

De acordo com a pesquisa da Associação, 31% dos entrevistados faturaram mais em abril deste ano, do que em abril de 2019. Já 16% dos entrevistados que fizeram algum tipo de empréstimo durante a pandemia dizem não estar em dia com o pagamento das parcelas, enquanto 21% estão em negociação.

Outros destaques da PNAD
Segundo o IBGE, o grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais registrou crescimento de 1,5%, em relação ao trimestre que encerrou em março. Para o IBGE, a alta foi impulsionada pelo crescimento em educação, que inclui tanto a rede pública como a privada.

O crescimento do setor, segundo a Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), que representa as universidades particulares do Brasil, se deve, principalmente, ao avanço do ensino à distância. Segundo um levantamento da entidade, o arrefecimento da pandemia de Covid-19 resultou em um aumento de 35% no número de matrículas de estudantes em cursos universitários em instituições privadas no primeiro semestre de 2022.

“Podemos entender esse aumento por conta do crescimento da base de estudantes, falando pelo ensino superior, em particular da expansão do EAD, que demanda a contratação de novos professores tutores’, avalia o presidente da ABMES, Celso Niskier.


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